sábado, 31 de março de 2012

Tex Johnson e o "tonneau barril" do 367-80


Em 6 de Agosto de 1955, o ex-piloto de provas da Bell e ex-piloto de transporte de aeronaves do U.S. Army Air Corps Ferry Command, Alvin "Tex" Johnson, era um dos pilotos de provas da Boeing. 

Como parte do programa de venda de um novo conceito em avião comercial, que se tornaria no bem-sucedido Boeing 707, mas que era então chamado de Boeing 367, estavam programadas demonstrações com o único protótipo, o 367-80 - conhecido como "Dash-80". 

O protótipo do Boeing 707, o 367-80, ou "Dash-80"
 
Para uma dessas demonstrações, Bill Allen - presidente da Boeing de 1945 a 1972 - havia convidado representantes da AIA (Aircraft Industries Association) e da IATA (International Air Transport Association) para a Feira de Seattle de 1955. Nessa ocasião, estavam sendo também realizadas as corridas de hidroaviões da Gold Cup Hydroplane Races, no lago  Washington. 

Na demonstração do protótipo 367-80, Tex deveria fazer uma simples passagem. Com o Dash-80 pintado em cores chamativas e passando majestosamente sobre os convidados e o público, já seria uma boa propaganda. 

Porém, sem nenhum aviso, Tex realizou um tonneau barril ("Barrel Roll", em inglês), uma manobra acrobática que combina uma rolagem sobre o dorso do avião com um looping parcial, e que nunca é realizada por aviões de passageiros!       

Desenho esquemático de um tonneau barril
                        
  Aqui está uma entrevista com Tex Johnson, e a filmagem do Tonneau Barril:


Conforme Tex conta, ele sabia que Dash-80 resistiria á manobra. Tex tinha voado pela primeira vez aos 11 anos, quando um piloto de acrobacias (um "barnstormer") pousou na fazenda de seus pais e o levou para uma volta. Ele solou aos 15 anos e, ao sair do colegial, tornou-se um piloto de acrobacias. 

Continuando sua carreira como piloto, tornou-se instrutor num programa de treinamento de pilotos civis. Quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, Tex passou a integrar o Comando de Transporte do U.S.Air Corps, e trabalhou transportando aviões para o esforço de guerra americano.

Em 1942 tornou-se piloto de provas da Bell, ajudando nos testes do P-39 Airacobra e do P-63 Kingcobra. Após a Segunda Guerra Mundial, Tex adquiriu dois P-39 Airacobras e modificou-os, para concorrer nas National Air Races de 1946, vencendo o Troféu Thompson desse ano e quebrando o record de velocidade, com 610 km/h. 

Foto do Cobra II, pilotado por Tex Johnson nas National Air Races de 1946

Foto da tampa da caixa do modelo em escala 1/48, recentemente editado pela Hasegawa (há também  modelos desse avião nessa escala epla Revell e pela Accurate Miniatures, ambos bastante raros hoje).
 
Como piloto de provas da Bell, Tex Johnson foi colega de Charles E. "Chuck" Yeager, Scott Crossfield e Bob Hoover, e auxiliou no desenvolvimento (e pilotou) do Bell X-1, que viria a romper a barreira do som em 22 de Maio de 1947.
 
Em 1948, Tex empregou-se como piloto de testes da Boeing. 
Antes do lançamento do Being 707, os britânicos haviam lançado o primeiro jato comercial de passageiros, o D.H. 106 Comet. Entretanto, dois acidentes com o Comet, ligados a falhas estruturais (em altas atltitudes, o Comet podia se desfazer no ar), tinham criado na mente do público que jatos comerciais não eram seguros.


Dessa maneira, a Boeing estava ansiosa para provar que seu jato era seguro - e Tex resolveu prová-lo á sua maneira.

Foto tirada de dentro do Dash-80 durante o Tonneau Barril de "Tex" Johnson

Em 7 de agosto de 1955, no dia seguinte à já famosa manobra, Bill Allen chamou Tex ao seu escritório e proibiu-o de executar essa manobra novamente, ao que Tex Johnson comentou que "a manobra era perfeitamente segura".

Em 12 de Junho de 1994 (ou seja, 39 anos depois), quando ia ser realizado o võo inaugural do Boeing 777, o novo presidente da Boeing, Phil Condit, chamou o piloto de provas John Cashman e disse-lhe: "nada de tonneaus"!

Hoje o protótipo original do 707 descansa, exposto no Centro Steven F. Udvar-Hazy, parte do National Air and Space Museum, em Washington, D.C., nos Estados Unidos.

O modelista Matias Schweizer, de Curitiba (PR), modificou o modelo do KC-135 da AMT para representar o protótipo "Dash-80" na escala 1/72:

Modelo do Boeing KC-135 1/72 da AMT, convertido para o protótipo 367-80, pelo modelista Matias Schweizer, de Curitiba (PR)

Uma matéria completa sobre esse trabalho pode ser visto no Blog do Matias, Schnauzer Modelismo.  


E aqui, um link para um pouco da história do Dash-80, do 707 e da Boeing.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Análise comparativa: Valentine Mk. II AFV Club e Miniart

Segue uma análise comparativa de dois excelentes modelos de Valentine Mk. II, um da AFV Club e outro da Miniart Models. Esse tipo de revisão é importante, pois nos ajuda a decidir na hora da compra com o determinante na escolha centrado apenas no preço.

Essa comparação é feita por Terry Ashley da Perth Military Modelling Site - PMMS


Boa leitura!

segunda-feira, 26 de março de 2012

A Montagem a seco

Durante os posts que fiz sobre o P-47 e sobre o P-40, falei muito sobre a montegem a seco de algumas partes dos aviões das matérias. Mas o que seria a montagem a seco??

Montagem a seco nada mais é do que juntas as peças sem colá-las a fim de visualizar possíveis problemas com alinhamento e encaixe.

Um problema muito comum é a emenda entre asa e fuselagem. Muitas vezes existe uma fenda nessa junção e muitos modelistas corrigem essa falha utilizando massa. Isso trás algumas desvantagems, como a necessidade de lixar o local, perdendo linhas de painel.

Uma saída muito mais elegante, seria testar o encaixe para ver como ficaria depois de montado (montagem a seco) e, caso verificado algum problema, traçar uma estratégia para a correção antes da colagem final. Uma maneira para resolver esse tipo de problema é a colagem de um pequeno pedaço da própria arvore do kit a fim de "expandir" a fuselagem, eliminando totalmente a emenda e proporcionando uma montagem mais limpa, preservando os detalhes e as linhas de painel.

No caso do P-47 foi necessário todo um cuidado, pois além do encaixe da asa com a fuselagem, ainda havia a questão do diedro (inclinação da asa para cima, neste caso). Quando a asa era colocada no lugar, havia um vão muito grande. A solução foi abrir a fuselagem com um pedaço da árvore, mas mesmo assim ainda havia um outro vão na parte da frente e ali não seria possível usar o pedaço de árvore. Então decidi por fazer a montagem completa a seco, ou seja, além de encaixar a asa, daria o diedro correto e foi justamente esse passo que me permitiu ver que, com o diedro correto, o encaixe ficaria perfeito, ou seja, o próprio diedro fazia parte da montagem, mas claro, não estava indicado no manual, somente sendo possível vê-lo fazendo a montagem a seco.

Então, concluímos que um pouco de paciência antes de sair colando as peças, pode evitar muito trabalho de lixa e reparação de linhas de painel perdidas e também diminui consideravelmente o uso de massa de preenchimento.

Abraço e boas montagens.

Montagem P-40 1/48 Trumpeter


O Avião

A família de caças P-40 (Warhawk, Tomahawk, Kittyhawk) são derivados do P-36 Hawk. Os primeiros modelos a entrar em combate foram os P-40 B/C Tomahawk e essas mesmas versões foram exportadas para a China nos primeiros dias iniciais da invasão japonesa.

O protótipo XP-40 fez seu primeiro vôo no dia 14 de outubro de 1938. Alimentado por um motor Allison de 1.050 HP com refrigeração líquida e um turbo compressor, podia atingir 342 MPH a 12.200 pés. As entregas se iniciaram em junho de 1940. O P-40 era armado com duas metralhadoras 0.50mm montadas no cowling. O P-40B tinha mais duas metralhadoras de 7.7mm em cada asa e o primeiro P-40B voou em março de 1941.

O Curtiss P-40 era o melhor avião que os Estados Unidos possuíam no início da Segunda Guerra e apesar de ter atingido a velocidade de 366 MPH em testes, ao entrar em combate, rapidamente percebeu-se que ele não era páreo para o Zero nem para o Bf-109. Os pilotos rapidamente aprenderam táticas para aproveitar a capacidade de mergulho do P-40 enquanto evitavam combates com os menores e muito mais manobráveis aviões japoneses e alemães.

O P-40 foi usado por Argentina, Australia, Bélgica, Brasil, Canada, China, Colombia, Egito, Finlândia, França, Grã Bretanha, Iraque, Italia, Nova Zelândia, Dinamarca, Noruega, Peru, Portugal, África do Sul, Turquia, Estados Unidos e União Soviética.


O Kit e Montagem

Fabricante: Trumpeter
Kit Number: 2807
Modelo: Curtiss P-40B Warhawk (Tomahawk IIA)
Escala: 1/48

O kit vem com três árvores, sendo duas em plástico cinza e uma com transparências. Contém ainda um conjunto de foto gravado para flaps e radiador. Ailerons, profundores e leme vêm soltos e podem ser montados abaixados, o que dá um toque mais realista ao modelo. O kit vem com linhas gravadas e muitos rebites.


Os rebites são um caso à parte, pois muitos modelistas os detestam, dizem ser grandes demais e em grande quantidade. Eu particularmente gostei do efeito que os rebites deram ao kit depois de montado, mas é uma questão de gosto e cada modelista tem o seu.



O kit monta muito bem, com encaixes precisos, mas em algumas partes deve-se fazer muita montagem a seco para evitar problemas durante a montagem. A parte mais trabalhosa foi a cobertura das metralhadoras, próximas ao canopy. A peça em questão estava mais “fechada”, ou seja, sua abertura era menor do que o local onde iria se encaixar. Foi preciso um pedaço de sprue para abrir a peça e super bonder para fixá-la. Como quase todo modelo, também utilizei sprue para abrir o corpo do avião a fim de eliminar emendas na raiz das asas. Aliás, essa técnica tem se mostrado muito útil em quase todas as montagens que tenho feito.


O painel de instrumentos foi a peça que mais estranhei. Ele vem em duas partes, uma em plástico cinza e outra transparente. Deveria haver um painel impresso para ser colocado entre essas partes, mas a Trumpeter não incluiu essa peça. Acabei imprimindo a peça e colando entre as partes. Ficou muito bom, apesar da minha impressora não ser tão boa assim.


Outro pequeno problema do kit é o banco que o acompanha e que é bem menor que o banco real, ou seja, foi preciso confeccionar outro banco. Nada complicado também, pois basta uma chapa pequena de plástico, e um desenho do banco, acertam-se as medidas e está pronto o banco. Para os cintos utilizei folhas de chumbo (usadas por dentistas para raio-x) e fivelas foto-gravadas. Um outro detalhe que pode ajudar a incrementar o modelo é a adição de fios de cobre pintados representando as mangueiras hidráulicas no trem de pouso.


Decais

A versão escolhida foi a americana da USAAC, antiga força aérea do exército, com a bandeira no leme. Essa versão permitiu que eu fizesse a pintura olive drab. Porém, o “olive drab” utilizado foi o Tamiya, que, em minha opinião, não corresponde à cor correta para o modelo tendo seu tom mais puxado para o marrom, ao invés do tom mais verde, que é o mais conhecido do olive drab. Ainda assim a pintura foi simples e a aplicação dos decais ocorreu sem problemas.

Os decais são finos e aplicam muito bem, reagindo bem ao amaciante da Mr. Hobby (Mr. Mark Softer) que eu utilizo.

Um pouco de dry-brush e um wash nas linhas e está pronto um bonito modelo para sua coleção.


sábado, 24 de março de 2012

Arte e modelismo: dois fazeres que se combinam

Muitas vezes, "nós modelistas", buscamos referências e fontes de insparação para nossos trabalhos em vários tipos de fontes como livors, revistas especializadas, vídeos, jogos de computador, arte das caixas de kit, quadrinhos etc. 

Eu, por meu turno, além dessas fontes, costumo me inspirar nas obras de artistas plásticos que tratam de temas históricos de várias épocas e locais. Entres estes artistas, eu destaco, o britânico Chris Collingwood.

Para mim suas obras estão entre as melhores do ramos. Muitas delas não são para o meu; alguns de seus originais chegam a custar mais de seis mil libras esterlinas.

Mas como olhar não custa nada, destaco algumas de suas telas.





Estas e outras obras podem ser encontradas nos sites abaixo:




Bom modelismo!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Figuras em todos os ângulos

Segue o link de um site bem interessante, Figurines TV, o "primeiro site gratuito dedicado à figuras em vídeo":

http://www.figurines-tv.com/kws/index.php

Divirtam-se!

terça-feira, 20 de março de 2012

Blues e dioramas

Apresento a seguir a descrição de uma técnica bastante efiente para a reprodução da camuflagem de inverno e do weathering de blindados alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Essa técnica denominada "Técnica da pasta de dentes" foi descoberta por acaso pelo bluesman e dioramista, Carlos Café.

Técnica da “Pasta de dentes”

Gostaria de compartilhar com os amigos modelistas uma técnica que descobri por acaso e que utilizei no meu diorama "A Última Bala". É uma técnica de wheathering (desgaste causado pelos elementos) que eu utilizei no Tigre I.


A localização tempo/espaço do diorama é Rússia 1942, durante as primeiras ações deste tanque na área de Leningrado.

A tinta branca que os alemães usavam para pintar seus tanques durante o inverno, às vezes, nem tinta era. Como resultado, a cor original dos blindados alemães, cinza-escuro na época, se revelava em pouco tempo. As áreas mais sujeitas ao atrito da movimentação da tripulação, chuva, vento, ou seja, as extremidades do veículo, eram as mais propensas ao desgaste.

Com essa técnica eu tentei simular a ação natural destes elementos sobre a tinta.



Vamos ao que interessa!

Quando eu ainda não tinha aerógrafo eu estava tentando pintar a camuflagem de um tanque alemão. Pintei a cor-base com tinta acrílica (Tamiya) e fixei tufos de algodão à superfície do tanque por meio de pasta de dente. Depois usei Color jet para aplicar a outra cor. Deu tudo errado pois, o Color Jet derreteu um pouco o plástico. O tanque não estava lá muito bom mesmo...

Mas o interessante foi ver o efeito da pasta de dente sobre a tinta acrílica.

A pasta soltou a tinta da superfície como se tivesse desgastado. Na hora eu não liguei mas, depois, analisando fotos de blindados no inverno, eu me dei conta de sua aplicabilidade.

Essa técnica também pode ser usada para veículos no norte da África.


 
A técnica é bem simples:

1.  Aplique a cor-base utilizando tinta esmalte (Testors ou Humbrol) essa tinta é imune à ação da pasta. 

2.   Deixe secar bem a tinta base por umas 24 horas, pelo menos.

3.   Aplique a segunda cor (a que vai ser desgastada) utilizando tinta acrílica. Eu utilizei Tamiya, a Model Master Testors não serve. A tinta acrílica seca mais rápido então não precisa esperar mais de uma hora para a próxima etapa. 

4.  Use um pincel pequeno ou um “cotonete”, dependendo do tamanho da área a ser desgastada. Suje a ponta do pincel com pasta de dente e espalhe só no centro das áreas que quer desgastar. Seja econômico. Deixe a pasta agir por alguns minutos (diferentes pastas tem diferentes comportamentos). 

5.  Com um pincel limpo e molhado, comece a espalhar e retirar a pasta. Esfregue um pouco para aumentar sua eficiência. Não utilize aquele pincel novinho para isso. Com o pincel você pode “desenhar” a área do desgaste.

6.  Com água, retire todo excesso de pasta, cuidando para não desgastar uma área indesejável.

7.   Se você não ficou plenamente satisfeito com o resultado, é só aplicar de novo a tinta acrílica e tentar o processo de novo. É sempre bom experimentar antes num kit-rascunho para dominar a técnica.


As fotos ilustram bem o resultado da técnica.

Carlos Café

Até a próxima!
 

Camisetas humorísticas de Star Wars e outras

No site best-tshirts-ever.com você pode encontrar camisetas humorísticas de Star Wars e muitas outras que fariam o Sheldon Cooper ter tremedeira, como estas:








segunda-feira, 19 de março de 2012

Ultracast - site de acessórios

Por vezes, apenas o acréscimo de pequenos detalhes - um banco em resina, uma figura ou um par de rodas - permite transformar completamente um modelo. O site da Ultracast reúne alguns dos melhores acessórios e ferramentas disponíveis no mercado de plastimodelismo. 

O site é muito fácil de navegar e as imagens permitem conhecer a peça antes de comprar.

Vale muito uma visita! Seguem alguns exemplos do que tem no site:


sexta-feira, 16 de março de 2012

Novidades RB Models

A fabricante polonesa de acessórios para modelismo, RB Models, lançou recentemente uma série de acessórios em 1/35 e 1/48 para Militaria e Diorama.

Os produtos da marcas são conhecidos pelo qualidade e preços baixo. Vamos aos lançamentos.

Escala 1/35

Canhão 5cm KwK 38 L/42 para o Panzer III F





Conjunto de canos para o "mini canhão" M134







Upgrade para a metralhadora russa de 12.7mm DSHK, modelo 1946, que poder ser usado, por exemplo, nos T-62 Late Trumpeter e no Enigma da Tamiya.







Caixas em resina para Panzerfaust



 Bases para antenas de véiculos modernos



Algemas e roldanas de vários tamanhos



 Escala 1/48

Canhão de 5cm KwK 39 L/60 para o Puma




Upgrade para a metralhadora pesada M2 .50





 Como vocês podem ver são itens de qualidade que darão "um grau" em seus próximos modelos.

Bom modelismo e até a próxima!