Em 6 de Agosto de 1955, o ex-piloto de provas da Bell e ex-piloto de transporte de aeronaves do U.S. Army Air Corps Ferry Command, Alvin "Tex" Johnson, era um dos pilotos de provas da Boeing.
Como parte do programa de venda de um novo conceito em avião comercial, que se tornaria no bem-sucedido Boeing 707, mas que era então chamado de Boeing 367, estavam programadas demonstrações com o único protótipo, o 367-80 - conhecido como "Dash-80".
Para uma dessas demonstrações, Bill Allen - presidente da Boeing de 1945 a 1972 - havia convidado representantes da AIA (Aircraft Industries Association) e da IATA (International Air Transport Association) para a Feira de Seattle de 1955. Nessa ocasião, estavam sendo também realizadas as corridas de hidroaviões da Gold Cup Hydroplane Races, no lago Washington.
O protótipo do Boeing 707, o 367-80, ou "Dash-80" |
Para uma dessas demonstrações, Bill Allen - presidente da Boeing de 1945 a 1972 - havia convidado representantes da AIA (Aircraft Industries Association) e da IATA (International Air Transport Association) para a Feira de Seattle de 1955. Nessa ocasião, estavam sendo também realizadas as corridas de hidroaviões da Gold Cup Hydroplane Races, no lago Washington.
Na demonstração do protótipo 367-80, Tex deveria fazer uma simples passagem. Com o Dash-80 pintado em cores chamativas e passando majestosamente sobre os convidados e o público, já seria uma boa propaganda.
Porém, sem nenhum aviso, Tex realizou um tonneau barril ("Barrel Roll", em inglês), uma manobra acrobática que combina uma rolagem sobre o dorso do avião com um looping parcial, e que nunca é realizada por aviões de passageiros!
Desenho esquemático de um tonneau barril |
Aqui está uma entrevista com Tex Johnson, e a filmagem do Tonneau Barril:
Conforme Tex conta, ele sabia que Dash-80 resistiria á manobra. Tex tinha voado pela primeira vez aos 11 anos, quando um piloto de acrobacias (um "barnstormer") pousou na fazenda de seus pais e o levou para uma volta. Ele solou aos 15 anos e, ao sair do colegial, tornou-se um piloto de acrobacias.
Continuando sua carreira como piloto, tornou-se instrutor num programa de treinamento de pilotos civis. Quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, Tex passou a integrar o Comando de Transporte do U.S.Air Corps, e trabalhou transportando aviões para o esforço de guerra americano.
Em 1942 tornou-se piloto de provas da Bell, ajudando nos testes do P-39 Airacobra e do P-63 Kingcobra. Após a Segunda Guerra Mundial, Tex adquiriu dois P-39 Airacobras e modificou-os, para concorrer nas National Air Races de 1946, vencendo o Troféu Thompson desse ano e quebrando o record de velocidade, com 610 km/h.
Como piloto de provas da Bell, Tex Johnson foi colega de Charles E. "Chuck" Yeager, Scott Crossfield e Bob Hoover, e auxiliou no desenvolvimento (e pilotou) do Bell X-1, que viria a romper a barreira do som em 22 de Maio de 1947.
Em 1948, Tex empregou-se como piloto de testes da Boeing.
Continuando sua carreira como piloto, tornou-se instrutor num programa de treinamento de pilotos civis. Quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, Tex passou a integrar o Comando de Transporte do U.S.Air Corps, e trabalhou transportando aviões para o esforço de guerra americano.
Em 1942 tornou-se piloto de provas da Bell, ajudando nos testes do P-39 Airacobra e do P-63 Kingcobra. Após a Segunda Guerra Mundial, Tex adquiriu dois P-39 Airacobras e modificou-os, para concorrer nas National Air Races de 1946, vencendo o Troféu Thompson desse ano e quebrando o record de velocidade, com 610 km/h.
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Foto do Cobra II, pilotado por Tex Johnson nas National Air Races de 1946 |
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Foto da tampa da caixa do modelo em escala 1/48, recentemente editado pela Hasegawa (há também modelos desse avião nessa escala epla Revell e pela Accurate Miniatures, ambos bastante raros hoje). |
Como piloto de provas da Bell, Tex Johnson foi colega de Charles E. "Chuck" Yeager, Scott Crossfield e Bob Hoover, e auxiliou no desenvolvimento (e pilotou) do Bell X-1, que viria a romper a barreira do som em 22 de Maio de 1947.
Em 1948, Tex empregou-se como piloto de testes da Boeing.
Antes do lançamento do Being 707, os britânicos haviam lançado o primeiro jato comercial de passageiros, o D.H. 106 Comet. Entretanto, dois acidentes com o Comet, ligados a falhas estruturais (em altas atltitudes, o Comet podia se desfazer no ar), tinham criado na mente do público que jatos comerciais não eram seguros.
Dessa maneira, a Boeing estava ansiosa para provar que seu jato era seguro - e Tex resolveu prová-lo á sua maneira.
Em 7 de agosto de 1955, no dia seguinte à já famosa manobra, Bill Allen chamou Tex ao seu escritório e proibiu-o de executar essa manobra novamente, ao que Tex Johnson comentou que "a manobra era perfeitamente segura".
Em 12 de Junho de 1994 (ou seja, 39 anos depois), quando ia ser realizado o võo inaugural do Boeing 777, o novo presidente da Boeing, Phil Condit, chamou o piloto de provas John Cashman e disse-lhe: "nada de tonneaus"!
Hoje o protótipo original do 707 descansa, exposto no Centro Steven F. Udvar-Hazy, parte do National Air and Space Museum, em Washington, D.C., nos Estados Unidos.
O modelista Matias Schweizer, de Curitiba (PR), modificou o modelo do KC-135 da AMT para representar o protótipo "Dash-80" na escala 1/72:
Uma matéria completa sobre esse trabalho pode ser visto no Blog do Matias, Schnauzer Modelismo.
E aqui, um link para um pouco da história do Dash-80, do 707 e da Boeing.
Dessa maneira, a Boeing estava ansiosa para provar que seu jato era seguro - e Tex resolveu prová-lo á sua maneira.
Foto tirada de dentro do Dash-80 durante o Tonneau Barril de "Tex" Johnson |
Em 7 de agosto de 1955, no dia seguinte à já famosa manobra, Bill Allen chamou Tex ao seu escritório e proibiu-o de executar essa manobra novamente, ao que Tex Johnson comentou que "a manobra era perfeitamente segura".
Em 12 de Junho de 1994 (ou seja, 39 anos depois), quando ia ser realizado o võo inaugural do Boeing 777, o novo presidente da Boeing, Phil Condit, chamou o piloto de provas John Cashman e disse-lhe: "nada de tonneaus"!
Hoje o protótipo original do 707 descansa, exposto no Centro Steven F. Udvar-Hazy, parte do National Air and Space Museum, em Washington, D.C., nos Estados Unidos.
O modelista Matias Schweizer, de Curitiba (PR), modificou o modelo do KC-135 da AMT para representar o protótipo "Dash-80" na escala 1/72:
Modelo do Boeing KC-135 1/72 da AMT, convertido para o protótipo 367-80, pelo modelista Matias Schweizer, de Curitiba (PR) |
Uma matéria completa sobre esse trabalho pode ser visto no Blog do Matias, Schnauzer Modelismo.
E aqui, um link para um pouco da história do Dash-80, do 707 e da Boeing.
Muito boa a matéria!!
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